Goodgame Empire

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Browser Game of the year 2013

terça-feira, julho 24

A Tempestade Cap. VI

Capítulo VI - Problemas em Casa

Luciano desliga o telefone à porta de casa, tira as chaves de casa e coloca na fechadura. Pára uns segundos e respira fundo. Vira a chave e entra em casa. Começa a tirar o casaco e o cachecol.

“Amoooor?” grita Maria João

“Sim sou eu, cheguei...!” grita de volta

“Tavas a falar com quem? Ouvi-te a falar lá fora...” a gritar

“Tava ao telefoooone...” Luciano dirige-se para a cozinha.

Ouve-se em ruído de fundo, a televisão está ligada:

“...as imagens que vão ver podem ser susceptíveis de ferir a sensibilidade do espectador ...um brutal assassinato na Serra da Estrela... o corpo encontra-se completamente desmembrado, ou seja o torso separado do resto dos membros... a vítima já foi identificada como um turista alemão de férias aqui mesmo na Serra da Estrela. A família já foi contactada e procederá a identificação da vítima...O corpo foi encontrado perto do lago congelado...”

Luciano vai para a sala de estar:

“Com quem estavas a falar?!” diz Maria João da cozinha enquanto o Luciano muda de canal.

“...a polícia continua a investigar este assa...”

“Com o Pedro, tava a combinar uma coisa..!” diz Luciano

“...já é a terceira vítima...”

“...A P.J. teme que se possa tratar de um serial killer, ou seja um...”.

Muda de canal uma última vez, vê algo interessante, aumenta o volume e vai à casa de banho, lavar as mãos e passar água no rosto, tirando a gravata posteriormente. De seguida vai para o quarto trocar de roupa e em simultâneo ouve-se o Telejornal:

O Presidente da República fala:

“...Eu mantenho a minha plena confiança nos serviços da Policia Judiciaria e da PSP que com certeza irão investigar estas violentas mortes verificadas na Serra da Estrela. Assim como mantenho a minha promessa de que este ou estes assassinos serão capturados e levados à justiça, pois como todos sabemos a PJ é a força policial que estatisticamente tem mais sucesso nas detenções de criminosos em toda a Europa. Obrigado...”
“...Aí têm, as declarações do Presidente que dá o voto de confiança aos serviços da PJ e da PSP para resolverem estes crimes, assim como faz a promessa de que os criminosos serão capturados e levados à justiça. Ora...” Repórter no local
“José eu ia pedir que esperasses um pouco pois temos o chefe coordenador da PJ a prestar declarações neste momento. Em directo com ele o repórter João Sancho. João...?”
“Segundo estudos realizados pela nossa equipa forense e após análise dos dados, a priori pensamos que se trata apenas de um assassino e não um grupo como tínhamos pensado anteriormente. As provas que encontrámos no local confirmam praticamente na totalidade o facto de que se trata apenas de um assassino em série.”
“Isso quer dizer que ele poderá dizer que o assassino poderá matar de novo?”
“Com a quantidade de efectivos que temos nomeadamente nesta zona circunscrita será dificil que o perpretador actue de novo sem ser apanhado, portanto duvido muito que ele se atreva. Vamos continuar a patrulhar esta zona até ele ser apanhado.”

“Já têm uma descrição possível do assassino?”

“Neste momento não podemos adiantar...”

“Oh... não sabem nada ainda... vão apanhá-lo vão... naqueles montes sabe-se lá quantos o gajo enterrou já...” diz o Luciano no quarto enquanto veste algo mais confortável.

Vou ter com a Maria João na cozinha e dou um beijo no bébé que está no berço a dormir. E a seguir um beijo rápido na minha mulher que está a terminar de fazer o jantar. Eu ajudo no que posso e começo a levar as coisas para mesa. Ela leva o berço e coloca-o do seu lado. E começamos a jantar.

“Este Spaghetti tá óptimo amor...”

Ela sorri brevemente enquanto mastiga a comida e depois diz:

“Então falaste com o Pedro? Alguma novidade?”

“Sim falei com ele, tava a ver se conseguia juntá-los e ir para a Serra da Estrela tratar do meu livro durante uma semana.”

Ela deixa cair os talheres no prato emitindo um barulho estridente e olha-me seriamente com olhos fulminantes.

Luciano acaba de meter Spaghetti à boca, quando nota o silêncio abrupto e diz com ainda alguma comida na boca e segurando o guardanapo que tem ao pescoço:

“Que foi...?”

“Que foi?! Quando é que tavas a pensar em dizer-me que ias passar uma semana fora com os teus amigos?!”

“Amor é só daqui a duas semanas, eu tou-te a dizer agora.”

“Porque eu te perguntei!! Se não até nem tinhas dito nada até ao último dia!”

“Oh mor então, tem calma...”

“Tem calma?!”

“Qual é o stress?”

“O stress?! O stress é que eu preciso que me ajudes a cuidar do nosso filho e que me ajudes aqui em casa, não que vas tirar umas férias de mim e do teu filho com os teus amigos pra Serra da Estrela?!”

“O quê?! Eu não vou pra lá passar férias!”

“Ai não?!” diz ironicamente “Então vais lá fazer o quê com os teus amiguinhos ãh?!”

“Vou trabalhar no meu livro, tenho que tê-lo pronto para publicar em Fevereiro!”

“Pois, pois...e porque é q não podes escrever aqui ou no escritório?!”

“Amor, ouve... aqui em casa é impossível”

O bebé começa a chorar com a escalada do volume das vozes.

“Vês? O barulho da criança a choramingar a toda a hora não me deixa concentrar e o ambiente aqui em casa não tá ser o melhor!”

“Que queres dizer com isso?!”

“Tou a dizer que neste momento não nos estamos a entender bem... passamos a vida discutir... ou melhor tu a discutir comigo por tudo e por nada!”

“É normal os casais discutirem sabes?! É assim que resolvem os problemas...”

“Ai é? Pois olha eu acho que é a conversar que se resolvem as coisas e tu ultimamente só sabes gritar e discutir comigo por qualquer merdinha pah!!” Levanto-me da mesa.

O bébé chora ainda mais

“Vês? Agora o teu filho tá a chorar!! E quem é que o vai ter de calar, SOU EU, sou sempre EU, não tu! Tu tás sempre a fazer outra coisa qualquer!”

“Cala-te! Não percebes que seu não conseguir acabar este livro não podemos pagar as prestações do carro e da casa?! Só eu tou a trabalhar nesta casa! Só eu tou a dar dinheiro para mantermos as coisas que temos! Que queres que eu faça?! Queres que eu abdique disso?! Eu faço o meu trabalho e o mínimo qoe tu podes fazer é ajudar, mas tu só te queixas!”

“Vai à merda! És um insensível” Sai da sala de jantar a chorar e com o bébé. Tranca-se no quarto!

“Vou à merda...vou à merda? Vai tu à MERDA!!! Dasss pa gaja...” Luciano pega num copo e atira-o contra a parede.

Pequena pausa.

Luciano pega no telefone de casa. Ouve-se discretamente o que se fala ao telefone.

“Pedro?...Afinal dá pra bebermos uns copos...” diz o Luciano

“...” nao se ouve a resposta.

“Em casa do Tiago daqui a 20 mins? Ok até já então...”